Pandemia da Covid-19 ressalta a urgência de mais atenção à ciência e pesquisa no Brasil
Por Antonio Fernando
Deputado Estadual
O Índice Global de Inovação (IGI) , publicado anualmente,
destaca os 20 países do Mundo mais avançados tecnologicamente. São eles:
1-Suíça; 2-Suécia; 3-Estados Unidos; 4 -.Países Baixos; 5-.Reino Unido; 6 – Finlândia; 7 - Dinamarca ; 8 - Singapura; 9
- Alemanha; 10 - Israel ; 11 - Coreia do
Sul ; 12 – Irlanda; 13 - Hong Kong ;14 - China ;15.-
Japão ; 16 - França ;17.- Canadá ;18 - Luxemburgo ;19 - Noruega ;20.- Islândia. O Brasil, apesar de figurar entre
as 10 (Dez) maiores economias do Mundo, ocupa
66ª posição entre 129 países analisados pelo IGI. Um desempenho modesto
e em queda, já que o nosso País perdeu duas posições, passando da 64ª posição
em 2018 para a 66ª colocação em 2019, o
último Índice Global de Inovação (IGI) divulgado.
A chegada da pandemia da COVID-19 ao Brasil trouxe um choque
de realidade, evidenciando nossas carências de investimento em ciência,
tecnologia e pesquisa. Alguns exemplos muito simples tornam patente a carência
de atenção às ciências no País. Um exemplo: testes laboratoriais para detectar
o Novo Coronavírus, que poderiam ser produzidos, aqui mesmo no Brasil, pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ao custo de R$ 1,00 estão sendo importados com
valores que atingem até R$ 300,00. Outro caso são os respiradores mecânicos,
equipamentos médicos relativamente simples que são fabricados no País, mas dependem diretamente de peças
importadas da China e outros países. Ou seja: perdemos economicamente quando
não temos tecnologia própria ou ficamos dependentes de outras nações para consolidar
a industrialização dos nossos produtos e equipamentos.
Em conversa recente com a Dra. Helen Jamil Khoury Asfora,
Professora Titular do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal
de Pernambuco - UFPE, a professora nos disse se mostrar surpresa com certo grau
de carência tecnológica no Brasil. Depois de um rápido levantamento, a
professora descobriu a ausência de
produção nacional de lâmpadas de Radiação Ultravioleta (UV) eficientes como arma para desinfecção e
esterilização de superfícies contaminadas pela COVID-19. “Que País é este que
não produz um produto tão simples como este, uma coisa simples como uma lâmpada?”, lamentou a
renomada Dra. Helen Khoury.
Mais preocupante ainda é quando detectamos que, além de
estarmos aquém do que deveríamos nos investimentos nacionais em ciência e
tecnologia, estamos retrocedendo um
pouco mais a cada dia. Não foi com menor surpresa quando tomamos conhecimento,
através da imprensa, de que, por decisão do final de março deste ano, os novos critérios estabelecidos pela CAPES -
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Órgão do
Ministério da Educação - MEC), para a distribuição de bolsas de pós-graduação
no Brasil, na prática vão cortar benefícios mesmo de universidades e cursos
considerados de excelência no País.
"É uma tristeza. Enquanto o Coronavírus está matando pessoas, o
Governo Federal pode estar matando a ciência brasileira”, lamentaram, com
justiça, pesquisadores brasileiros nas reportagens publicadas.
Todos que me conhecem – colegas parlamentares, professores,
profissionais de vários segmentos – sabem da estima que guardo no tocante à
educação, à ciência e ao fortalecimento da pesquisa no Brasil. Sinto-me a prova
viva de que a educação é a via mais segura para o crescimento das pessoas e de
uma nação. Originário de uma região sertaneja – o Sertão do Araripe -, muito
jovem me transferi para a Capital, onde residi em Casa de Estudante e complementei meus estudos secundários em
escola pública (O Ginásio Pernambucano, no Recife). Alcancei a Universidade, no
curso de Engenharia Elétrica da UFPE. Em seguida, mais um passo: mestrado em
Engenharia Nuclear, também na UFPE. Ao longo da vida, fiz ainda cursos de
Administração e Direito.
Diante de tudo isso, conheço e defendo (e sempre
defenderei!), com todo o meu vigor enquanto parlamentar, todas as formas de
fortalecimento da educação (especialmente a educação pública e gratuita); o
investimento nas ciências e nas pesquisas; a valorização dos nossos educadores,
pesquisadores e cientistas; bem como a estruturação e manutenção da Universidade
Pública em Pernambuco e no Brasil. Neste momento de Crise do Coronavírus,
estamos diante de questões nas quais o desenvolvimento científico se mostra
fundamental para o real avanço tecnológico e socioeconômico do País. E nossa
nação precisa urgentemente despertar para o valor inestimável da ciência, da
pesquisa, do conhecimento e da educação em geral para a construção de um Brasil
mais forte e sintonizado com os desafios do Século 21.
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